Liderança que deixou um legado importante na Assembleia Legislativa, João Henrique Blasi construiu sua chegada ao Tribunal de Justiça em 2007. Com excelente trânsito entre desembargadores, parlamentares e o Executivo, chegou ao posto máximo do Judiciário catarinense por competência e reconhecimento no início de 2022.
Jurista bem articulado e convicto dos desafios do Brasil, nesta semana, o desembargador João Henrique Blasi recebeu o jornalista Marcos Schettini no gabinete da Presidência do TJSC para conceder uma entrevista exclusiva, onde falou sobre democracia, urna eletrônica, eleições e dos desafios do Poder Judiciário.
Questionado sobre os ensaios de possível ruptura democrática no país, foi firme no posicionamento e afirmou que quem for eleito “estará ungido e legitimado pela soberana vontade popular”. Ainda, reiterou o manifesto à Nação que está sendo assinado por milhares de lideranças brasileiras: “Estado Democrático de Direito sempre!”. Confira:
Marcos Schettini: As eleições estão chegando. O que o senhor vê?
João Henrique Blasi: Vejo nelas a reafirmação da democracia, pelo exercício pleno da cidadania, expresso na escolha livre e soberana daqueles que vão dirigir os nossos destinos nos próximos anos.
Schettini: As ameaças feitas à democracia são reais ou ilusão?
Blasi: A democracia brasileira está consolidada, nada há que possa afetá-la.
O jornalista Marcos Schettini foi recebido pelo desembargador João Henrique Blasi no gabinete da Presidência do TJSC
Schettini:
Quem é o eleitor de 2022 em relação àquele de 2018?
Blasi: O eleitor é o mesmo, as circunstâncias e os desejos é que variam no tempo.
Schettini: O senhor consegue observar algo estranho na urna eletrônica ou é mais uma fraude verbal?
Blasi: A urna eletrônica constituiu-se num grande avanço. Foi um divisor de águas no processo eleitoral brasileiro. A fidedignidade à vontade do eleitor é o seu grande significado.
Schettini: O que há de concreto na questão dos respiradores que quase derrubou o governador?
Blasi: Não tenho conhecimento aprofundado sobre a matéria que, ademais, está judicializada, e, portanto, não me cabe tecer comentários a respeito.
Schettini: Se todos os desembargadores votaram pelo afastamento, Carlos Moisés tem culpa?
Blasi: Ambos os processos de impeachment tiveram ampla publicidade e transparência com cada julgador fundamentando o seu voto, prevalecendo, a final, o veredito nos termos da legislação de regência.
Schettini: Quem é quem neste episódio dos respiradores? O que vai ocorrer?
Blasi: Reporto-me à resposta dada a uma pergunta anterior: cuida-se de questão judicializada sobre a qual, a tempo e modo, será dada a devida resposta.
Schettini: O Poder Judiciário precisa se resguardar dos ataques que vai sofrer nestas eleições?
Blasi: O Poder Judiciário é um dos pilares do Estado Democrático de Direito. Está cônscio da sua responsabilidade e do seu papel e vai exercê-los eficazmente nos lindes da ordem constitucional.
Schettini: O que o senhor recomenda aos membros do Judiciário na questão de segurança?
Blasi: Há protocolos-padrão nessa matéria a serem seguidos sempre que se fizer necessário.
Schettini: Qual é o final do Brasil depois das eleições?
Blasi: Quem quer que venha a eleger-se estará ungido e legitimado pela soberana vontade popular e terá a ingente responsabilidade de conduzir esta grande Nação. Consoante recentemente assentado em manifesto à Nação, há que se proclamar: “Estado Democrático de Direito sempre!”
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